sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A espera.


Quando senti os primeiros sintomas da gravidez, tinha passado apenas uma semana do dia em que eu sabia que tinha concebido, se estivesse de fato grávida. Muito cedo pra confirmar com teste de urina. Ai, que ansiedade! Mas não tinha jeito – eu teria que esperar uma semana mais.

Nisso passamos por Madri e chegamos a Portugal, onde ficaríamos seis dias, saindo de lá num sábado de manhã cedo. Como é de praxe, planejei que na quinta-feira faria o teste de urina, dia que eu ficaria menstruada se não estivesse grávida. Na quarta já comprei o teste, pois eu queria fazer ao acordar. Sete horas da manhã eu já estava de pé, me dirigindo ao banheiro para o grande momento! Fiz o teste e fiquei esperando os três minutos mais longos da minha vida pra ver se apareciam as duas listrinhas, o que indicaria positivo. A primeira delas até que apareceu rapidinho. Mas a segunda... passam-se dois minutos e nada. Passam-se dois minutos e meio e com algum esforço consigo ver uma segunda listrinha querendo aparecer. Ao dar os três minutos eu conseguia ver a tal segunda listrinha, mas de cor rosinha beeeeemmmmmmm clarinho, mas clarinho mesmo... Ai, e agora? Afinal tô grávida ou não? Depois de 10 minutos até tinha uma segunda listra mais perceptível, mas nas instruções do teste dizia pra não considerar o resultado depois de 10 minutos. Que maravilha! Eu louca pra confirmar meus feelings, e o teste só tinha me deixado na dúvida... Quando voltei pra cama, o De logo perguntou: E aí? E aí que não sei, respondi. Tu consegues ver uma listrinha aqui? (isso foi antes dos 10 minutos). E ele: Tá fraquinha mas eu vejo! Uhuuuu! A gente vai ter um filho! Pra ele, a questão tava resolvida. Pra mim, não. Eu tava com medo de comemorar e ser tudo uma ilusão! Precisava de um teste concreto.

Na sexta-feira de manhã, já tendo pesquisado onde ficava o laboratório, saí pra fazer o exame de sangue. Como o De achava que eu estava ansiosa à toa e que não deveria pagar pelo tal exame em Euros, quando no Brasil seria mais barato, eu disse pra ele que ia comprar café da manhã e já voltava. Andei uns 10 minutos até o laboratório e dou de cara na porta: o laboratório tinha mudado de endereço, pra outro bairro...! Ai, não.... Fui numa farmácia e perguntei se havia algum lugar onde eu poderia fazer exame de sangue por ali. Me indicaram um e lá fui eu. Cheguei na tal clínica às 10.30 h da manhã. A coleta de sangue só era feita até as 10 h!!!! Não acredito que teria que viajar sem a confirmação... Só íamos chegar em Floripa no domingo, aí tinha que esperar até segunda, dar uma desculpa (porque não queria que meus pais soubessem de nada antes de confirmado), fazer o exame e esperar o resultado.... Ai, quanta espera... 

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Acho que tô grávida!


Saímos de Londres e fomos a Praga. Quatro dias visitando nosso amigo Peter nessa que é uma das cidades mais lindas da Europa, na minha opinião. Seis dias depois de Londres, portanto, já estávamos em Paris, superbem acomodados no flat da prima Bia, que mora no Canadá. Que luxo um flat em Paris só pra nós dois. Estava tudo perfeito, não fosse a sensibilidade nos seios que eu sentia. Que estranho – pensei –, ainda falta tanto pra eu ficar menstruada... E foi pensamento autêntico mesmo, porque depois de três anos tomando pílula eu não pensei que engravidaria de primeira. No dia seguinte, a sensibilidade aumentou e senti uma colicazinha... Não pode ser – pensei de novo comigo mesma. Minha menstruação nunca adiantou tanto. Mas com toda a minha convivência com mães e bebês, eu nunca tinha ouvido falar de cólica que tivesse a ver com gravidez. Resolvi ir ao oráculo do século 21. E o Google então me esclareceu: há mulheres que uma semana após a concepção já sentem os seios sensíveis e mesmo uma coliquinha, do óvulo fertilizado se alojando no endométrio.

Virei pro De e disse, com um sorriso no rosto: Acho que tô grávida!!

Planejando… executando.

Quem me conhece sabe que eu gosto de planejar as coisas. Meus amigos de espírito mais “let it be” acham que sou planejada demais! Eu não. Eu acho que comigo planejar funciona bem e é parte de várias coisas que já conquistei na vida – eu planejo, vou lá e faço. Portanto, como não poderia deixar de ser, minha gravidez foi planejadíssima. Mas todos sabem que gravidez não é só planejar e fazer acontecer. Pode demorar uns meses, pode demorar muitos meses, pode necessitar de tratamento, a gente nunca sabe. Porém, como eu disse, comigo planejar funciona, e até nisso funcionou perfeitamente.

Quando eu e De organizamos nossa viagem de volta ao mundo, já combinamos que eu pararia de tomar pílula quando faltassem dois meses pra chegar no Brasil, que o primeiro desses meses seria de desintoxicação, purificação e preparação, e que no segundo tentaríamos de fato conceber, pra eu chegar no Brasil (último mês da viagem) grávida e poder ao menos dividir com família e amigos a grande notícia pessoalmente. Digo isso porque em princípio minha ideia era voltar a morar no Brasil antes mesmo de engravidar.  Eu queria viver esse momento lá, perto das minhas grandes amigas, das minhas amadíssimas primas, dos mimos das tias, e é claro junto com meus pais e irmão. Então, não foi fácil pra mim decidir, junto com  o De, ter o primeiro filho na Nova Zelândia. Com tudo planejado, me empolgava a ideia de pelo menos eu chegar grávida no Brasil e viver o comecinho dessa experiência tão especial por lá. Acho que andei me comportando direitinho e os anjos do céu me concederam esse pedido! :)

Depois do mês de abril sem tomar pílula, me alimentando bem (só comida vegetariana; estávamos na Índia!), sem beber nada de álcool, etc., chegou maio. E aí que eu não sou boba nem nada e resolvi que do dia 10 ao 20 do ciclo menstrual a gente ia ter uma tarefa importante a cada dois dias, que teria que ser cumprida sem falta!  Esta parte da viagem passaria pela  Turquia, Londres e Praga. Dias intensos e cansativos de Europa, mas não importava. E foi num dos dois dias em que estivemos em Londres, daqueles de passar 12 horas caminhando e curtindo essa cidade que eu amo, que, levando a sério nosso propósito independente do cansaço do fim do dia, o Caio passou a fazer parte da gente.  Mais tarde, me dou conta e caio em mim... Caio em minha vida.